Entrevista com o Dr. Francisco Arrighi – Aumento consistente do preço da gasolina.
O aumento consecutivo no preço médio da gasolina nos postos de combustíveis é um ponto de grande destaque, conforme comentado pelo consultor tributário e presidente da Fradema Consultores Tributários, Francisco Arrighi, durante a entrevista.
Arrighi ressaltou que o governo optou por não alterar o valor anteriormente, com o objetivo de manter uma base mais baixa, mas agora, com a necessidade de ajuste, o aumento não é imediato; ele ocorre de forma gradual devido aos estoques existentes. Além disso, ele enfatizou que o aumento nos preços internacionais do petróleo, que subiu cerca de 10% nos últimos dois meses, e a desvalorização do real em relação ao dólar, que perdeu cerca de 15% de seu valor, têm contribuído para tornar os combustíveis mais caros para os brasileiros.
O impacto do aumento no preço da gasolina é notório, como destacou Arrighi. Dado que a base logística do Brasil é predominantemente rodoviária, qualquer ajuste no preço dos combustíveis acaba sendo repassado, afetando todas as cadeias e, finalmente, atingindo o consumidor final. Isso pode se dar através do aumento dos preços para o consumidor ou da redução das margens de lucro dos empresários. Os aumentos nos preços dos combustíveis têm um impacto direto nos custos de transporte de mercadorias, influenciando a inflação e a competitividade das empresas.
Arrighi também abordou a relação entre as políticas de tributação e a oscilação nos preços dos combustíveis. Ele explicou que os combustíveis desempenham um papel significativo na receita dos estados, representando muitas vezes mais de 15% da arrecadação. Como resultado, os estados geralmente dependem desses recursos para equilibrar seus orçamentos. Nesse sentido, a tendência é manter o nível de tributação, pois os estados contam com esses recursos para financiar suas despesas.
Quanto às perspectivas para os preços da gasolina nas próximas semanas, Arrighi prevê que a tendência será manter o novo preço até que o mercado o assimile. O governo evitará aumentos bruscos para evitar um aumento acelerado na inflação, que poderia criar uma sensação de constante aumento de preços, alimentando um ciclo inflacionário autossustentável. Assim, é provável que os preços se estabilizem ao longo de algumas semanas ou meses, com aumentos graduais e constantes.
Fonte: Diário de Petrópolis