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Fim de Jogo

É inegável constatar que o reality show Big Brother Brasil invadiu os lares brasileiros em uma sensação de jogo do Brasil em final de copa do mundo. Em cenário atual, onde todos nós nos encontramos isolados, o sentimento é de estar, literalmente, participando da casa mais vigiada.
Por meio do programa, é posto a curiosidade do público na integra as personalidades dos participantes, neste novo formato, celebridades e desconhecidos, grupo camarote e pipoca, respectivamente, misturam suas vulnerabilidades e aceitam o desafio de viver em conjunto.
Com o avanço tecnológico, a televisão atingiu seu limite, e as redes sociais e as demais plataformas digitais, dominam a atenção em tempo integral dos telespectadores, logo, em tempo real podemos cancelar e descancelar alguém, amar e odiar, basta um clique.
Não foi diferente com a última eliminada por 99,17% do BBB21, a rapper Karol Conka. Completamente irreverente, artista de personalidade forte e estilo marcante, Conka, se jogou no entretenimento, e ao longo dessas 4 semanas de isolamento, dividiu opiniões dentro da casa e fora também, responsável por unir a maior parte das pessoas mundo a fora, com um só objetivo: eliminá-la.
Ocorre que, com o impulsionamento cada vez maior da internet, toda ação gera uma reação que é definitivamente marcada, comentada e lembrada por essa rede de dados, formando uma cibercultura, onde ditamos o que é certo e errado instantaneamente, e o que era apenas um jogo, torna-se uma realidade para vida do participante.

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Karol Conka foi eliminada com recorde de rejeição, mas o jogo, aparentemente, não acabou para ela, pois devido a todas as suas performances e falas equivocadas, tiveram um reflexo direto na sua vida pessoal e na sua carreira. De acordo com a Forbes Brasil, em um levantamento pela BRUNCH, foi constatado que, a ex-participante poderá perder 5 milhões em receita de shows e contratos, fora a perda de seguidores nas redes sociais e o cancelamento incessante em tudo que a diz respeito.

 

Por mais que suas condutas sejam reprováveis, é preciso ter cuidado e empatia, cessando essa rede de ódio. Hoje, ao se ver fora da casa, Karol está tendo que encarar perseguição, ofensas racistas e ameaças a ela e sua família, colhendo os maus frutos da sua exibição.

Até o momento não há perspectivas de desenvolvimento artísticos, portas se fecharam e ninguém quer se associar a imagem polêmica da cantora.

Desta forma, cabe a rapper, preservar sua imagem refletir sobre suas atitudes. Uma vez que toda sua carreira levou anos para ser construída e com ela, sua marca no mercado.

Neste sentido, a sua identificação artística era pautada no empoderamento feminino, sua marca registrada, linha tênue entre Karol persona e artista, sendo essa, a maneira pela qual se posicionava perante a sociedade. No momento em que ela se desviou deste padrão de identidade em sua participação no citado reality show, perdeu-se momentaneamente o valor agregado ao longo de sua carreira, onde através de sua arte sempre pregou atitudes igualitárias e revolucionárias, transfigurando e dizimando essa imagem vendida.

Por tudo isso, é notável o funcionamento dessa “vitrine” que o BBB é para os consumidores, podendo ser benéfica, tal como Boca Rosa e sua linha de maquiagem e Manu Gavassi ressurgindo sua carreira musical, ou maléfica, os dois lados da mesma moeda. A título de curiosidade, por mais que Karol tenha perdido dinheiro e seus produtos desvalorizados, o número de pesquisas sobre a cantora na plataforma Spotify aumentou 14,3%. É preciso do limão se fazer uma limonada.

Como diz o ilustre Chico Xavier “Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo. Mas qualquer um pode recomeçar e fazer um novo fim” e com esse ensinamento, conclui-se que, é necessário olhar para frente, que erros não devem definir a vida de uma pessoa, e que a lição é a que fica para começar novas histórias.

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